terça-feira, 22 de junho de 2010

Pesquisa Importantíssima

Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) em 501 escolas públicas do país revelou dados preocupantes sobre o preconceito no ambiente escolar brasileiro. Das 18,5 mil pessoas entrevistadas, entre alunos, professores, funcionários e pais, 99,3% demonstram algum tipo de preconceito - étnico-racial, socioeconômico, de gênero, geração, orientação sexual ou territorial ou em relação a pessoas com algum tipo de necessidade especial.

O maior símbolo do preconceito e da discriminação é representado pelos baixos índices socioeconômicos da população negra e pelo acesso desta às posições na pirâmide social.

A educação que é vista como o meio para se ascender na pirâmide social, apresenta ainda muitas disparidades. Enquanto os brancos estudam 8,8 anos, os negros passam apenas 6,8 na escola. Dos que chegam à faculdade apenas 2,2 conseguem concluí-la. Se considerarmos os pardos como negros esta taxa aumentaria para 19,1 contra 77,8 dos brancos

Entrevista- Crianças negras que sofreram preconceito na Escola

Esta entrevista foi realizada em uma escola Particular situada na zona norte de São Paulo cujo nome não foi autorizado a divulgar, o sujeito da entrevista foi à professora relatando um caso de um aluno que sofreu preconceito dentro da sala de aula.

Constatamos que infelizmente ainda há preconceito entre as crianças, e infelizmente muitas vezes esse preconceito vem de casa.

*Lucas chamou o seu amigo *Matheus de “preto” e ficou um clima de rivalidade entre eles, ambos têm 06 anos de idade.

Matheus ficou chateado e contou aos seus familiares o fato ocorrido, pois o mesmo não queria nem ir à escola, pois estava com medo que tal atitude se repetisse.

A mãe de Matheus foi até a escola conversar com a professora e os dois alunos ficaram frente a frente, Lucas se desculpou, depois da conversa e disse que não ia mais falar aquilo.

Mas infelizmente Matheus não se esqueceu do ocorrido, e teme que isso possa se repetir.

Uma medida que foi tomada para a classe como um todo com a vinda da Copa do Mundo, foi trabalhar com a África e explicar para as crianças as origens e as etnias ainda presentes na nossa cultura.

Os alunos fizeram cartazes com fotos de Nelson Mandela, e alguns instrumentos musicais utilizados na África e aprenderam que é importante respeitar a origem e as culturas que ainda permanecem no Brasil.

* (O nome das crianças foi trocado, para a realização da pesquisa)

Questionário Realizado com a professora

O que é preconceito pra você?

Professora: Preconceito pra mim, é a idéia pré concebida que temos de algo ou alguém por algum motivo é não aceitar a pessoa como ela é.

O que você acha do preconceito racial?

Professora: Eu acho algo péssimo, pois é uma luta constante que temos que combater, infelizmente nos dias de hoje ainda é estampado o preconceito nas pessoas seja ele racial ou não.

Qual a ação que a escola deve tomar diante de uma atitude preconceituosa de um aluno?

Professora: A escola deve estar preparada para esse tipo de atitude, e conversar com aluno para que tal atitude não se repita.

Que mensagem você daria para as pessoas que discriminam outras pela sua cor?

Professora: Que todo ser humano é igual independente da cor e da raça e devemos amá-los de forma igual.

O nosso ponto de vista, a atitude da criança que descriminou coleguinha é um reflexo do preconceito que é passado a ele dentro de casa, no meio em que ele vive, com as pessoas que ele relaciona e etc. Pois a criança em si não é preconceituosa, portanto ela agiu acordo com que foi colocado na “cabecinha” dela.

A criança descriminada se sentiu rejeitada, e pode até mesmo ter gerado a partir daí, um complexo de inferioridade, fazendo ela se sentir menos bonita e menos incapaz de ser inteligente como uma criança branca. Isto é algo muito sério, pois não vai ser uma pessoa capaz de se valorizar, vai sempre se sentir inferior em relação a uma criança branca.

O comportamento da professora foi muito interessante, pois ela aproveitou a Copa do Mundo na África, para mostrar de onde vieram as origens de todos nós, pois temos descendência negra, e, portanto faz parte sim da nossa cultura, e desse modo, já é um início para minimizar esse preconceito que é colocado na cabeça das crianças


ENTREVISTA

Em uma conversa franca com Patrícia Ferraz, 20 anos, estudante de Publicidade da Faculdade Anhembi Morumbi. Registramos o desabafo desta jovem de classe média alta que sempre estudou em escola particular e que a todo o momento era alvo da discriminação, podemos perceber em sua fala o quanto o preconceito racial sofrido teria efeitos gravíssimos se ela não tivesse o apoio da família e dos amigos.

Patrícia quais as escolas que você estudou?

Sempre estudei no Lúmen (escola particular de classe média alta, localizada na Rua Afonso Celso, 671 – Vila Maria, São Paulo (SP)) e eu era a única criança negra da escola. Eram mais de 500 alunos e só eu negra.

Você era alvo de discriminação por parte dos alunos?

Sim. Lembro que tinha uma menina chamada Mariana que era o meu desafeto. Ela sempre me infernizava e dizia que não brincava com “pretos” para não se “sujar”. É chato ter que ouvir isso quando se tem seis anos.

E qual era sua reação?

Nenhuma, não sabia o que fazer, era uma menina negra contra 30 crianças brancas na sala. Muitas vezes só chorava.

E os professores o que faziam nestes casos?

Conversavam comigo, mas eu sentia que aquilo era só pra dizer que fizeram algo. Muitas vezes era levada para a diretoria e tinha que relatar todo o ocorrido, o diretor chamava nossos pais.

E seus pais, o que faziam quando sabiam do que acontecia na escola?

Meus pais sempre foram muito “diplomáticos”, quando iam conversar com o diretor e com os pais de quem me discriminava. Eles não alteravam a voz, eram pacientes em escutar o que eles tinham para falar, mas eram enfáticos ao dizer que o aquilo que passei poderia me tornar uma criança triste. O diretor também era muito cobrado pelo meu pai e depois de várias conversas pude perceber que as coisas foram mudando, passei a ser escolhida nos times durante as aulas de Educação Física, ser convidada as festinhas de aniversário dos meus colegas.

Mas você sempre teve a consciência que é negra?

Minha família é toda negra. Não tinha como não ter essa consciência. Não tenho primos brancos e nem tios brancos, somos todos negros e nos orgulhamos disso.

Quando criança essa consciência já existia?

Não, queria ser igual as minhas colegas, mas sabia que a cor da minha pele não iria mudar e minha mãe sempre conversava sobre isso comigo e com minhas irmãs.

Também queria ser igual a Xuxa, mas tinha certeza que nunca teria o cabelo igual ao dela. É complicado ver que todas as referências de nossa infância eram loiras e com olhos claros, e nosso país abriga uma população tão miscigenada e na sua maioria são negros e índios, povos que possuem poucos méritos e destaque.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Poesia!!!

Sou apenas uma criança...


Não me ignore, pois sou criança

Me ame sou tão inocente,

Eu só preciso de esperança,

Não me despreze pela minha cor,

Eu quero que você seja consciente:

Criança é criança e precisa de amor!


Não se importe com o tom da minha pele,

Pois sou como muitas crianças,

Sou esperto, sou moleque,

Mas como fazer essas mudanças?

No coração daqueles que devem me proteger.

Como é difícil para eu entender!


Não me despreze, me ame

Não me abandone, me proteja,

Quero que você me chame,

Quero que você esteja,

Sempre aqui ao meu lado,

Para que eu seja o seu ser amado.



Mari Fontenele

sábado, 12 de junho de 2010

A importância deste Blog!!

Este blog é designado especialmente para o trabalho de filosofia,junto comigo está a Marina e o Luis, o tema foi decidido entre a gente,pois estamos trabalhando os eixos transversais,entre ele Pluralidade Cultural,dentro dos PCNS (Paramêtros Curriculares Nacionais),o documento oficial é da secretaria da Educação Fundamental,do Ministério da Educação e do Desporto publicado em 1998.

De acordo com o MEC para vivermos democráticamente em uma sociedade plural é preciso respeitar os

diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por
diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países. Além disso, as
migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras
têm características culturais bastante diversas e que a convivência entre grupos diferenciados
nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação.
O grande desafio da escola é reconhecer a diversidade como parte inseparável da
identidade nacional e dar a conhecer a riqueza representada por essa diversidade etnocultural
que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, investindo na superação de qualquer
tipo de discriminação e valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a
sociedade.
Nesse sentido, a escola deve ser local de aprendizagem de que as regras do espaço
público permitem a coexistência, em igualdade, dos diferentes. O trabalho com Pluralidade
Cultural se dá a cada instante, exige que a escola alimente uma “Cultura da Paz”, baseada
na tolerância, no respeito aos direitos humanos e na noção de cidadania compartilhada por
todos os brasileiros. O aprendizado não ocorrerá por discursos, e sim num cotidiano em
que uns não sejam “mais diferentes” do que os outros.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Frase para refletir!!!

Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.

Bob Marley

Preconceito!!!

Preconceito é uma postura ou idéia pré-concebida, uma atitude de alienação a tudo aquilo que foge dos “padrões” de uma sociedade. As principais formas são: preconceito racial, social e sexual.

O preconceito racial é caracterizado pela convicção da existência de indivíduos com características físicas hereditárias, determinados traços de caráter e inteligência e manifestações culturais superiores a outros pertencentes a etnias diferentes. O preconceito racial, ou racismo, é uma violação aos direitos humanos, visto que fora utilizado para justificar a escravidão, o domínio de alguns povos sobre outros e as atrocidades que ocorreram ao longo da história.

Nas sociedades, o preconceito é desenvolvido a partir da busca, por parte das pessoas preconceituosas, em tentar localizar naquelas vítimas do preconceito o que lhes “faltam” para serem semelhantes à grande maioria. Podemos citar o exemplo da civilização grega, onde o bárbaro (estrangeiro) era o que "transgredia" toda a lei e costumes da época. Atualmente, um exemplo claro de discriminação e preconceito social é a existência de favelas e condomínios fechados tão próximos fisicamente e tão longes socialmente. Outra forma de preconceito muito comum é o sexual, o qual é baseado na discriminação devido à orientação sexual de cada indivíduo.

O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência, uma vez que é baseado unicamente nas aparências e na empatia.