terça-feira, 22 de junho de 2010

Entrevista- Crianças negras que sofreram preconceito na Escola

Esta entrevista foi realizada em uma escola Particular situada na zona norte de São Paulo cujo nome não foi autorizado a divulgar, o sujeito da entrevista foi à professora relatando um caso de um aluno que sofreu preconceito dentro da sala de aula.

Constatamos que infelizmente ainda há preconceito entre as crianças, e infelizmente muitas vezes esse preconceito vem de casa.

*Lucas chamou o seu amigo *Matheus de “preto” e ficou um clima de rivalidade entre eles, ambos têm 06 anos de idade.

Matheus ficou chateado e contou aos seus familiares o fato ocorrido, pois o mesmo não queria nem ir à escola, pois estava com medo que tal atitude se repetisse.

A mãe de Matheus foi até a escola conversar com a professora e os dois alunos ficaram frente a frente, Lucas se desculpou, depois da conversa e disse que não ia mais falar aquilo.

Mas infelizmente Matheus não se esqueceu do ocorrido, e teme que isso possa se repetir.

Uma medida que foi tomada para a classe como um todo com a vinda da Copa do Mundo, foi trabalhar com a África e explicar para as crianças as origens e as etnias ainda presentes na nossa cultura.

Os alunos fizeram cartazes com fotos de Nelson Mandela, e alguns instrumentos musicais utilizados na África e aprenderam que é importante respeitar a origem e as culturas que ainda permanecem no Brasil.

* (O nome das crianças foi trocado, para a realização da pesquisa)

Questionário Realizado com a professora

O que é preconceito pra você?

Professora: Preconceito pra mim, é a idéia pré concebida que temos de algo ou alguém por algum motivo é não aceitar a pessoa como ela é.

O que você acha do preconceito racial?

Professora: Eu acho algo péssimo, pois é uma luta constante que temos que combater, infelizmente nos dias de hoje ainda é estampado o preconceito nas pessoas seja ele racial ou não.

Qual a ação que a escola deve tomar diante de uma atitude preconceituosa de um aluno?

Professora: A escola deve estar preparada para esse tipo de atitude, e conversar com aluno para que tal atitude não se repita.

Que mensagem você daria para as pessoas que discriminam outras pela sua cor?

Professora: Que todo ser humano é igual independente da cor e da raça e devemos amá-los de forma igual.

O nosso ponto de vista, a atitude da criança que descriminou coleguinha é um reflexo do preconceito que é passado a ele dentro de casa, no meio em que ele vive, com as pessoas que ele relaciona e etc. Pois a criança em si não é preconceituosa, portanto ela agiu acordo com que foi colocado na “cabecinha” dela.

A criança descriminada se sentiu rejeitada, e pode até mesmo ter gerado a partir daí, um complexo de inferioridade, fazendo ela se sentir menos bonita e menos incapaz de ser inteligente como uma criança branca. Isto é algo muito sério, pois não vai ser uma pessoa capaz de se valorizar, vai sempre se sentir inferior em relação a uma criança branca.

O comportamento da professora foi muito interessante, pois ela aproveitou a Copa do Mundo na África, para mostrar de onde vieram as origens de todos nós, pois temos descendência negra, e, portanto faz parte sim da nossa cultura, e desse modo, já é um início para minimizar esse preconceito que é colocado na cabeça das crianças


Um comentário:

  1. Que bom que a professora pôde abordar o problema e solucioná-lo de forma criativa.

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